Abordagens táticas e analise de performance no jogo entre Porto e Braga
Nesta nova entrada do nosso blog vamos contar alguma da historia do jogo entre o FC Porto e Braga através da data e explorar algumas das abordagens táticas que ambas as equipas apresentaram neste jogo.
Em termos de remates, o Porto esteve objectivamente superior, não so na quantidade mas também como na qualidade(xG).
O auto-golo de Pepe tem um xG de 0.
Em Baixo temos as tentativas de passe para a area contraria de cada equipa.
O Porto procurou mais passes para a area do lado direito, sempre com a mira na zona central, enquanto o Braga por sua vez, tentou mais passes do lado esquerdo.
Em baixo temos as tentativas de passes que criaram ocasiões de golo. E mais uma vez a confirmar a qualidade no passe para finalização (xA)
O Porto também em termina o jogo com quase o dobre de ações na area adversária.
Abordagem tática do FC Porto
FC Porto apresenta-se num 4x4x2 diamante, o topo do diamante junta-se aos centrais adversários enquanto os 2 da frente posicionam-se junto aos laterais adversários, em varias instâncias do jogo existiu uma rotação nos 3 da frente (Pepe, Taremi e Evanilson) entre a função do topo do diamante e pontas-de-lança, os laterais (Conceição e Wendell) ficaram responsáveis pela a largura da equipa. O Porto procurava movimentações sem bola para atrair os laterais adversários a lhes pressionarem, criando o espaço nas costas para ser explorado através do passe de um dos defesas centrais e a deslocação de um dos seus jogadores no ataque, um dos ponta-de-lança se a movimentação fosse criada por um dos laterais ou vice-versa.
Se esta ação não resultasse, a movimentação deixava o jogador num espaço entre linhas para puder receber a bola, Taremi procurou varias vezes este movimento, tendo capitalizando do mesmo, varias vezes durante o jogo.
O Porto procurou usar o posicionamento dos 2 pontas-de-lança também para condensar a linha defensiva do Braga para criar espaço para os seus laterais explorarem e atacarem pelo flancos.
Em baixo vemos as recuperações de bola do Porto, uma delas que resulta em golo.
8 delas no terço defensivo do Braga.
Apesar de ter tido ligeiramente menor posse de bola que o Braga, o Porto acaba por ter mais posse de bola no terço defensivo do Braga do que ao contrário (Field Tilt %)
De acordo com a data em cima, a maior parte das ocasiões de perigo que o FC Porto partiram de situações de contra-ataque devido a pressão sobre o portador da bola, a forçar o erro ou capitalizar dos erros individuais do adversário.
Abordagem tática do Braga na primeira parte
O Braga apresentou-se num 4x4x2, com os seus 2 extremos (Ricardo Horta e Iuri Medeiros) em terrenos mais interiores, mostrando-se mais num 4x2x2x2, ambos Horta e Medeiros na primeira parte, se posicionaram mais em zonas de apoio aos pontas-de-lança, a semelhança do Porto, também o Braga procurou usar os seus laterais para a largura do seu jogo (Fabiano e Sequeira). O Porto mostrou-se muito bem organizado defensivamente, tanto em bloco alto a pressionar a saída de bola dos centrais do Braga e cobrir os espaços limitando as opções de passe do Braga, como em bloco medio, procurando sempre anular a superioridade numérica do seu adversário.
Como estratégia de jogo o Braga na primeira parte procurou explorar as costas da linha defensiva do Porto com uma abordagem mais direta para os seus avançados (Oliveira e Banza). Ambos os laterais tiveram dificuldades em subir no terreno de jogo e as suas contribuições atacantes foram limitadas.
O Braga foi para o intervalo com apenas 2 remates não enquadrados com a baliza e 3 cruzamentos registados.
Abordagem tática do Braga na Segunda Parte
Para o inicio da segunda parte o Braga fez 3 alterações no seu 11, entram Abel Ruiz, Victor Gomez e Uros Racic, para a saida de Fabiano Silva, Iuri Medeiros e Simon Banza. O Braga decide posicionar os irmãos Horta nos flancos, enquanto Racic e Al Musrati cuidam do corredor central. Com esta afinação tática o Braga consegue criar superioridades numéricas nas alas, como consequência o bloco do Porto teve que alargar as suas distancias entre os jogadores no bloco para em contra partida puder alcançar o portador da bola mais rapidamente nos corredores laterais. Com estes espaços ganhos devido a sua largura, ambos os médios centro do Braga começaram a ter mais bola e puder variar os flancos quando necessário. Com a entrada de Abel Ruiz, o Braga teve em Oliveira e Ruiz 2 pontas-de-lança com mais mobilidade, pudendo também se deslocar nos corredores laterais a fim de oferecer suporte e contribuição de vantagens numéricas no ultimo terço de terreno.
Em Baixo podemos ver a intenção de jogo do Braga nas duas partes.
Pegando na media dos toques em posse, vemos onde por media receberam os jogadores do Braga, e por onde passou o jogo.
Ricardo Horta acaba por ter mais intervenções com Bola ligeiramente mais recuado do que Andre Horta na primeira parte.
Na segunda parte vemos Al Musrati com mais passes, ou seja o jogo passa mais por ele.
As vantagens numéricas nos flancos também contribuíram para o aumento das ações atacantes no ultimo terço de ambos os laterais (Sequeira e Gomez). Do inicio da segunda parte até ao minuto 75, o Braga estava a viver a sua melhor fase no jogo, sendo recompensado com um golo por essa boa fase, confirmado pelo gráfico da timeline do xG do jogo.
Exposto também no gráfico em baixo, terminamos com o que foram as ocasiões de golo e a qualidade durante o jogo por tempo corrido . O Porto criando muito mais perigo durante o jogo todo do que o Braga.
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